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Afinal, qual energia é melhor para o Brasil?

 

O Brasil é um país gigantesco com uma diversidade de recursos enorme, mas a questão principal é: Qual energia é mais adequada para o país investir visando sustentar o crescimento futuro?

O 2º Seminário Sobre Energia Nuclear, realizado na UERJ esse mês, levantou questionamentos sobre o uso da energia nuclear em meio a situações como o acidente de Fukushima e a construção de Angra 3.

Joaquim Francisco de Carvalho, ex-diretor da Eletrobrás Eletronuclear, afirmou que a demanda energética brasileira é crescente devido às melhorias nas condições sociais. Segundo ele, cerca de 60% do potencial hidrelétrico brasileiro é inexplorado, principalmente a Amazônia, onde poderia ser reservada uma área de preservação e, na área restante, estudar os impactos ambientais de exploração. Além disso, há a possibilidade de explorar, futuramente, o gás natural das reservas de pré-sal.

O engenheiro Manuel Antônio Costa Filho, da UERJ, argumentou que o processo não é simples. “Onde era fácil construir usinas, isso já foi feito. O potencial amazônico é enorme, mas o relevo é desfavorável, grandes áreas seriam impactadas”, afirmou. “Teria que haver um grande investimento para proteger a biodiversidade, a instalação não seria tão econômica”, destacou. Além disso, ele citou pontos desfavoráveis das outras fontes alternativas de energia, como, por exemplo, a biomassa, afirmando que o cultivo de matéria-prima como biomassa compete com a agricultura e incentiva o desmatamento. E relação às energias eólica e solar, Costa Filho destacou a dificuldade de armazenamento e concluiu que é impossível achar um equilíbrio entre oferta e demanda, o que faz com que esses tipos de energia nunca consigam, isoladamente, formar a base energética do país.

Em meio a esses desafios, a energia nuclear é cogitada como uma alternativa viável não só pela capacidade, mas pelo pequeno espaço utilizado em relação às outras, embora haja o problema dos rejeitos nucleares e dos riscos de acidente. Atualmente, essa fonte é responsável por 15% da matriz energética mundial. No Brasil, a energia nuclear contribui com 3% da energia, embora o país tenha uma grande reserva de urânio e domine técnicas de enriquecimento de minério.

Uma das dificuldades de ampliação da energia nuclear no Brasil está relacionada à construção das usinas. Um exemplo é Angra 3, que estava prevista para começar a funcionar esse ano, mas metade da obra está inacabada e o prazo foi prorrogado para 2016/2017. A usina custará cerca de 10 bilhões e, quanto maior o atraso, maior o custo. Em comparação, a Coreia do Sul construiu seu primeiro reator no mesmo período de Angra 1 e hoje conta com mais de vinte.

O Plano Nacional de Energia prevê a implementação de pelo menos mais quatro usinas nucleares até 2030 e a Eletronuclear já estudou os locais possíveis para a instalação, mas ainda há muito o que fazer.

Também nesse mês foi noticiado que o aterro sanitário de Gramacho, no Rio de Janeiro, que era considerado o maior aterro sanitário da América Latina, se tornará um projeto inédito de produção de energia a partir de gás metano do lixo que se acumulou em uma pilha de 60 metros de altura. A partir de junho o aterro se tornará uma usina de energia com gasodutos que levarão o metano até as estações de tratamento, onde será purificado e bombeado para uma refinaria de petróleo. O aterro tem capacidade para gerar 70 milhões de metros cúbicos de biogás por ano e o contrato assinado é de 15 anos.

Enfim, independentemente do tipo de energia, todas possuem pontos positivos e negativos que devem ser analisados com cautela. A preocupação maior é conseguir energias economicamente viáveis, renováveis e que não possuam grandes impactos socioambientais. Além disso, o Brasil, devido ao seu tamanho e à sua diversidade, acaba não sendo um país de uma energia só, mas de várias energias diferenciadas que, unidas, compõe a matriz energética nacional.

Fonte: Ciência Hoje; G1.

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