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Ouvidoria

O primeiro vice-presidente do Crea-PB, no exercício da presidência, o engenheiro civil Francisco Xavier Bandeira Ventura, decretou luto de três dias pelo falecimento do presidente do Regional, Antonio Carlos de Aragão, no sábado (14).

Em seu segundo mandato à frente do Crea-PB, Aragão exerceu diversas funções no Sistema, inclusive a de coordenador do Colégio de Presidentes e de superintendente geral do Crea-PB, nas gestões da engenheira agrônoma Giucélia Figueiredo.

“É um momento de muita tristeza para todo o Sistema. Perdemos um grande companheiro, um profissional e dirigente dos mais queridos e atuantes. Aragão era um gestor dos mais competentes, voz bastante presente em todos os nossos passos. Colaborou intensamente para as atividades cotidianas do Sistema e para as conquistas recentes que temos obtido, além de ter sido um amigo pessoal com quem sempre contei, mesmo antes da primeira eleição para estar à frente do Confea. Deixo meus sentimentos à família, aos amigos e companheiros de Crea-PB e de sua atividade profissional”, disse o presidente do Confea, eng. civ. Joel Krüger,  destacando a dedicação do presidente do Crea-PB no dia-a-dia do Sistema e em recentes ações parlamentares do Sistema, sua defesa da ética e lamentando sua despedida precoce.

Liderança 
“Fomos coordenadores da câmara de Civil por volta de 1998. Ele foi coordenador nacional e o conheço desde essa época. Aragão já era uma liderança em todos os níveis, preocupando-se muito com a engenharia civil e trabalhando em nível nacional por ela. Sabíamos já naquela época que seria presidente do Crea-PB”, descreve o presidente do Crea-Am, eng. civ. Afonso Lins, já em seu quarto mandato desde 2003, e atual coordenador do Colégio de Presidentes.

“Para mim, era um desafio muito grande, pela organização que ele tem, pela liderança. Era complicado substituir o Aragão. Um homem nacional, que vinha conseguindo vencer tudo isso. Ele auxiliou bastante no CP. Conhecia muito do Sistema e nos ajudava muito. A gente percebeu que este ano ele estava bastante debilitado. Mas era uma pessoa bastante reservada, apesar de ter muitos amigos. Era uma liderança na Engenharia Civil e da engenharia em geral, depois de presidente. Um nome que poderia vir a ser presidente do Confea e da Mútua”, ressalta Lins, comentando que o presidente Joel também gostava muito de Aragão e que mantinha contato constante com ele. “Sempre foi uma liderança, com quem aprendia muito atualmente no grupo de planejamento do Confea. Uma pessoa que tinha ótimo relacionamento, ótimas ideias, hiper organizado. Não tinha como não consultá-lo permanentemente”.

Família e Crea-PB lamentam

Irmão mais velho do advogado André Luiz de Aragão e do médico Augusto José de Aragão, Antonio Carlos de Aragão “sempre gostou da engenharia e de Matemática, tentou até cursar Matemática antes da Engenharia. E antes mesmo de concluir o curso estava estagiando em grandes obras. Viu que gostava mesmo da Engenharia”, segundo informa André Luiz.

O irmão descreve que Aragão era muito solidário com os amigos, como se constatou também por sua atuação no Sistema. “Tinha o grupo de pedalada, o grupo da paróquia de Nossa Senhora de Lourdes, onde era Ministro da Eucaristia, uma pessoa muito gregária. Prezava pela ética e estava sempre querendo informatizar o Sistema para facilitar a vida dos profissionais. Sempre falava isso: ‘Como alguns outros Creas, a gente está no século XXI’”, lembrando que o irmão enfrentou ainda a pandemia de Covid-19 à frente do Regional e que os pais, o professor universitário e procurador aposentado Afrânio de Aragão e a professora de Letras, Maria do Socorro Silva de Aragão, acompanham sua despedida.

“Fomos companheiros por muito tempo. Fui tesoureiro no Crea na época em que ele era superintendente. Sempre lutava pelo Crea, esteve sempre presente, desde o presidente Paulo Laércio, quando eu era conselheiro e ele, coordenador da Civil. Sempre muito educado, prestativo. Uma grande perda. Temos que seguir em frente”, diz o vice-presidente do Crea-PB, que assumiu interinamente a presidência no último dia 2, alguns dias após a internação de Aragão.

“Estive sempre em contato com o irmão dele, André”, diz, informando que foi segundo vice-presidente no último ano do mandato anterior, após ser coordenador da Comissão de Ética. “Ele me chamou para ser vice-presidente. E agora, é uma responsabilidade muito grande sucedê-lo. Aragão foi conhecido nacionalmente, presidiu o colégio de presidentes. Vamos dar fazer o melhor possível para dar continuidade a essa gestão dele”, descreveu, emocionado.

Legado

“A mensagem que a gente está passando é que a grande contribuição que podemos prestar a Aragão é manter vivo o seu legado. O legado dos propósitos dele como presidente do Crea, de uma instituição ágil, eficiente e ética, presente na vida dos profissionais. Essas eram as grandes dinâmicas que moviam a vida de Aragão como profissional e presidente do Crea-PB”, descreve a ex-presidente e atual diretora administrativa da Mútua, eng. agr. Giucélia Figueiredo, também emocionada com a perda do amigo.

Segundo ela, Aragão tinha o foco no caráter democrático, transparente e ético para que a instituição estivesse sempre à disposição da sociedade e dos profissionais. “Ele fazia a defesa desses valores com maestria, em defesa da engenharia nacional, dos direitos e da valorização profissional. Isso nos unia como parceiros, como irmãos e agentes sociais. Tínhamos uma relação de profundo respeito e amizade, centrada nesses valores. Logicamente, tudo envolto em um afeto profundo. Tinha não só um parceiro de caminhada profissional, mas de caminhada social também. Dar continuidade a isso  é a grande homenagem que o Crea e o Sistema como um todo podem dar ao Aragão, procurando fazer o Sistema presente na sociedade e na vida dos profissionais. Aragão elegeu-se com o presidente Joel, eles tinham uma relação de respeito, de compromisso com essa concepção de Sistema. Aragão tinha uma lealdade muito forte nessa perspectiva de ter o Confea como está sendo dirigido pelo presidente Joel, a quem ele admirava e respeitava, como presidente e amigo”, diz.

Giucélia aponta ainda que Aragão teve uma atuação profissional muito ligada aos sindicatos, à Associação Brasileira de Engenharia Civil – Abenc e ao Sinduscon. “Uma relação muito intrínseca com o setor produtivo do estado da Paraíba. Caracterizada pelo profissional que sempre pautou sua trajetória na ética, competência e com um profundo senso de responsabilidade social. Respeitado por todos os segmentos profissionais, da cadeia produtiva, e da sociedade paraibana. Foi coordenador do Colégio, da câmara de Civil. Toda a sua trajetória foi lincada com o processo de organização do sistema. E primeiro coordenador da Mútua Paraíba. Tive a honra de tê-lo como meu superintendente e também tive a honra de tê-lo como meu sucessor na presidência. A história do Crea-PB passa pela contribuição do engenheiro e do ser humano Antonio Aragão, que ficará eternamente na memória da instituição e de todos os profissionais paraibanos e de todas as lideranças do Sistema”.

Baque

Para o conselheiro federal pelo Crea-PB, eng. min. Renan Guimarães, Antonio Carlos de Aragão era um amigo, desde o tempo em que eram conselheiros regionais, no segundo mandato do presidente Paulo Laércio. “Infelizmente, nos pegou de surpresa. A gente sabia da doença, mas não sabia que estava assim, ele não dava detalhes”, diz, descrevendo-o como um profissional voltado para o Sistema. “Quando fui eleito federal, recebi o apoio dele. Sempre teve muita confiança. Semanalmente, a gente tomava um café para conversar sobre o Sistema. Era muito reservado, tranquilo, gostava de estar em casa”.

Para Renan, o principal exemplo de Aragão era seu amor à profissão e ao Sistema. “A vida dele foi praticamente dedicada ao Sistema. Era um profissional exemplar com coerência, honestidade. Administrador de mão cheia, como ficou comprovado quando superintendente do Crea por seis anos na gestão da Giucélia. Vai ser difícil encontrar pessoas com a competência administrativa dele. Para o Crea-PB é um baque muito forte. Os profissionais tinham uma confiança muito grande nele”.

Trajetória

Nascido em Campina Grande, em 3 de novembro de 1960, Antonio Carlos de Aragão cursou parte do segundo grau no Colorado, Estados Unidos, o que o levaria a ser professor de inglês.  Formado em Engenharia Civil pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), iniciou sua atuação como assessor técnico da Comissão de Construção do Espaço Cultural da Paraíba, atuando em seguida como gerente de Engenharia da Funsat – Fundação Social do Trabalho; presidente da Funsat; diretor do Sinduscon/JP; conselheiro suplente da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba; conselheiro do Crea/PB; conselheiro do Copan – Conselho de Proteção Ambiental da Paraíba; coordenador da Câmara Especializada de Engenharia Civil do Crea/PB; coordenador da Comissão de Ética do Crea/PB; coordenador da Comissão de Renovação do Terço do Crea/PB; coordenador Nacional das Câmaras Especializadas de Engenharia Civil do Confea; diretor regional da Mútua – Caixa de Assistência dos Profissionais do Crea/PB; coordenador da Comissão Regional Eleitoral – Crea/PB; coordenador do Congresso Regional dos Profissionais – Crea/PB; diretor da Associação Brasileira de Engenheiros Civis – Abenc; presidente da Associação Brasileira de Engenheiros Civis/PB – Abenc/PB; diretor do Clube de Engenharia da Paraíba; Vice-Presidente do Crea/PB; superintendente do Crea/PB e presidente do Crea-PB e coordenador do Colégio de Presidentes, no Confea. Era ainda empresário do ramo de construção civil. Aragão era solteiro e não deixa filhos.

Texto: Equipe de comunicação do Confea

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