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Ouvidoria

Mercado pede engenheiros com melhor formação

A previsão de que o setor de construção civil poderá ter um apagão de engenheiros, caso seja confirmada, não acontecerá por falta de mão de obra qualificada, mas pelas novas exigências que o mercado está impondo aos profissionais para acelerar a industrialização do setor. “Não existe escassez de talentos”, diz Adriana Prates, presidente da consultoria de busca de executivos Dasein.
De acordo com ela, todas as áreas de engenharia permanecem em alta, mas o mercado está mais exigente e elevou seus critérios de seleção. “Apenas o diploma não é mais garantia de emprego. É preciso mais”, afirma.
Os números do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) mostram que a procura por cursos de graduação em engenharia cresceu 44% entre 2009 e 2011. Em seis das 40 especialidades em engenharia – civil, produção, mecânica, elétrica, ambiental e petróleo -, a procura cresceu 68% no mesmo período, concentrando 72% do total de alunos de engenharia em 2011. A civil foi a que mais teve alunos matriculados em todos os anos e a que mais aumentou o número de estudantes. Foram 68.654 vagas a mais em 2011 em relação a 2009. Mas a evasão é uma preocupação. Enquanto a área de engenharia, produção e construção representou 11,3% de todos os alunos matriculados em todos os cursos de ensino superior em 2011, os concluintes dessa mesma área representaram apenas 6,4% do total.
O número de concluintes do ensino superior geral, no entanto, registrou um aumento de 4,4% em 2011 em relação a 2010 segundo o Censo. Na Universidade Federal de Pernambuco (UF-PE), a evasão vem diminuindo. O professor Bernard Bulhões Genevois, coordenador das engenharias do Centro de Tecnologia e Geociências (CTG), afirma que houve aumento de interesse e melhora no nível dos alunos. “Alunos que iam para os cursos de administração e medicina, por exemplo, agora estão vindo para engenharia”, diz Bernard.
Em 2008, a universidade formou a metade dos 120 alunos que entraram para o curso de engenharia civil cinco anos antes. Este ano, a previsão é de formar 90 dos 120. “Ainda não é o mundo perfeito, mas estamos avançando”. Para ele, o que motiva a evasão não é apenas a falta de preparo do estudante para lidar com números, mas também as dificuldades a universidade impõe ao aluno, como carga horária elevadas.
Se por um lado a promessa de haver mais graduados em engenharia civil no Brasil nos próximos anos parece factível, por outro a busca pelo profissional com melhor preparo continua difícil. “Ao mesmo tempo em que a demanda cresceu 25% em três anos aqui dentro, o tempo médio de busca do profissional na área de engenharia passou de 35 para 45 dias”, diz Frederio Moraes, especialista do mercado de construção civil da consultoria em recrutamento ASAP.
Essa média também subiu na consultoria em recrutamento Hays, que em 2010 era de 80 a 90 dias e neste ano pulou para 100 a 120 dias. “A única explicação para essa demora são os critérios dos empregadores que também se ampliaram”, diz Caroline Cadorin, gerente da Hays em Campinas (SP). Helena Camila Magalhães, diretora da consultoria Fesa, do Rio, diz que “quando a gente procura uma pessoa com 20 anos de experiência, ainda existe uma grande dificuldade”.
Na opinião de Felipe Calbucci, gerente de propriedade e construção da consultoria em recrutamento Michael Page, empresas que têm dezenas ou centenas de canteiros de obras pelo país não têm engenheiros que acompanhem uma edificação do começo ao fim. “Que é exatamente o que o mercado exige para cargos de gestão, alguém com visão de produção, planejamento, orçamento, de custos, de segurança de trabalho e meio ambiente”, diz Calbucci. Ele acredita que essa dificuldade de encontrar engenheiros civis deve perdurar ainda por 10 anos. Afinal, são cinco anos de faculdade para se formar e as obras de edifícios residenciais ou corporativo levam pelo menos 18 meses, dependendo da complexidade. “Quem está entrando na faculdade hoje só vai ficar pronto e bem treinado em nove anos”.
Faltam centros de pesquisa com visão mais integrada
Por Carlos Vasconcellos | Para o Valor, de São Paulo
Apesar de contar com alguns centros de excelência, a cadeia de produção da construção civil no Brasil ainda não conta com um número de centros de pesquisa suficiente para atender às necessidades de inovação tecnológica do setor. Na opinião de especialistas e executivos, esses centros de excelência atendem a demandas especializadas. É o caso do Laboratório de Eficiência Energética da UFSC; do IPT, em áreas como a química e a metalurgia; da Poli-USP ou do Laboratório do Ambiente Construído, Inclusão e Sustentabilidade (Lacis) da UnB.
Faltam, no entanto, centros que integrem todos os conhecimentos dessa cadeia produtiva. Para Marcantoni Montezuma, presidente da Comissão de Meio Ambiente do Sindicato da Indústria da Construção do Distrito Federal, o aquecimento do setor deixou mais evidente essa lacuna. “Atualmente o Brasil conta com poucos centros de inovação e certificação na área de construção civil”, avalia. “Somos carentes de inovação tecnológica em quase todos os segmentos da cadeia.”
Montezuma defende mais incentivos para o desenvolvimento da pesquisa no setor de construção. “Precisamos de amplo, geral e irrestrito apoio do poder público, por meio de concessões de lotes, isenção de impostos e toda a sorte de elementos que se fizerem necessários para que seja atrativa a criação de centros de inovação”, afirma.
Raquel Blumenschein, coordenadora do Lacis, por sua vez, afirma que o salto tecnológico da cadeia só virá com a integração dos diferentes segmentos da indústria, com o meio acadêmico e os vários níveis do setor público. “Os centros de pesquisa são geralmente ligados à cultura universitária e sua agenda nem sempre coincide com a agenda do setor produtivo. Ao mesmo tempo, nem sempre as empresas têm recursos e visão estratégica voltada para a inovação.”
Adriano Nunes, diretor de Inovação e Sustentabilidade da InterCement, holding para negócios de cimento do Grupo Camargo Correa, acredita que embora os centros de pesquisa existentes no Brasil estejam longe de atender todas as necessidades da indústria, hoje, eles são suficientes para o tamanho da demanda. Para mudar esse quadro, diz ele, seria necessário aumentar o investimento privado. “Todos os países que passaram por ondas de inovação e aumento da produtividade tiveram investimentos pesados em pesquisa, com aumento da participação das empresas nessa área.”
Apostando nisso, a InterCement vem fechando parcerias com instituições acadêmicas. A mais recente prevê a construção de um centro de pesquisa em construção sustentável na Poli-USP, um investimento de R$ 5 milhões num prazo de cinco anos. O primeiro desafio será criar um processo produtivo em larga escala para o concreto ecoeficiente desenvolvido em ambiente controlado pelos pesquisadores da USP. A empresa também fechou uma parceria de R$ 2,5 milhões com o IPT para a produção de cimento à base de resíduos da construção civil e, em parceria com a Petrobras, apoia o Centro de Tecnologia em Nanotubos da UFMG.
A cimenteira francesa Lafarge também pretende instalar seu próprio centro de pesquisas no país, o primeiro na América Latina. O centro deve ser instalado no Rio de Janeiro ou em Minas Gerais, próximo às unidades de produção. “Isso vai permitir desenvolver soluções e modelos adaptados à realidade local, como já fazemos em nossos centros na Índia e na China, por exemplo”, diz José Sabino, diretor de marketing da Lafarge Brasil.
Segundo Sabino, o laboratório será voltado para inovações aplicadas, em especial, a novos produtos e modelos mais eficientes de produção. “Vamos interagir com nossa rede de laboratórios no exterior”, diz.
Poli-USP lança mestrado com foco em construção
 Por Luiz De França | Para o Valor, de São Paulo
A redução de custos, a diminuição do tempo para a entrega das obras, o menor impacto ambiental possível e a maior segurança do trabalho com uso de novas tecnologias e processos inovadores são algumas das mais urgentes demandas que a construção civil enfrenta atualmente no Brasil. É por esse motivo que profissionais estão voltando às bancas e laboratórios das universidades e o mercado se tornado mais exigente nas suas seleções. Diante dessa mudança de comportamento, iniciada com o boom da construção no Brasil, a partir de 2005, a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) lançou o primeiro mestrado profissional em inovação na construção civil, o Construinova, com início das aulas em junho. “De modo geral quem atua fazendo gestão de obra tem muito pouco conhecimento técnico, que é essencial. E se a pessoa tem uma base frágil ela terá dificuldade de pensar em inovação”, diz Silvio Melhado, vice-coordenador do curso.
Diferentemente de um mestrado tradicional direcionado para quem pensa em seguir uma carreira acadêmica, os mestrados profissionais, que têm crescido no país, são para quem quer colocar em prática no trabalho o que se aprende em sala de aula, e vai buscar uma maior profundidade de pesquisa que uma especialização ou MBA não oferecem.
Dos 5.370 cursos de mestrados e doutorados reconhecidos pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), 515 são mestrados profissionais. Em 1999, esse número era de apenas nove cursos. Na engenharia são 66 nesse formato. E a construção civil, a que mais forma engenheiros, conta apenas com 10 desses mestrados profissionais.
“Os canteiros de obras se multiplicaram inúmeras vezes no país e os problemas também. Quando não se aplicam novos conhecimentos o nível de qualidade é comprometido e as obras pioram, tornam-se mais caras, atrasam e têm menor durabilidade, resultando em perdas econômicas e social para todos”, diz Melhado.
Um exemplo é o estádio do Engenhão, no Rio de Janeiro, construído entre 2003 e 2007. Custou R$ 380 milhões aos cofres públicos e apresentou falhas de estrutura na cobertura, que resultaram em sua interdição em 26 de março.
Para atacar todas as frentes que envolvem uma obra, o curso adotou três linhas de pesquisas que vão desde modelos de gestão de empreendimento e projetos complexos, passando por energia, água e comunicação à inovação com foco em desempenho, tecnologia e sustentabilidade. Cláudia Derbli, de 45 anos, é um dos 25 aprovados para o curso da USP. Engenheira civil, ela atua com orçamentos das obras, análises de projeto e de estrutura na Método Estrutura. “O mercado está aberto à apreciação de algumas das inovações e esse é um bom momento para investir na minha carreira”, diz Cláudia.
A oportunidade de conciliar o conhecimento da universidade e a necessidade da empresa de inovar motivaram o gerente de mercado e produtos da Saint-Gobain Brasilit, Marcelo Amaral, de 40 anos, a optar pelo Constuinova. “Eu pretendo desenvolver novos sistemas construtivos que possam trazer mais desempenho, qualidade e reduzir o ciclo total da obra”, conta. Gustavo Aguiar, de 33 anos, engenheiro da Método Engenharia também fará parte da primeira turma. Ele avalia que a indústria precisa ganhar competitividade e está carente de inovações. “O mercado demanda profissionais que inovem na criação e minha ideia é identificar e desenvolver alguma tecnologia, seja em processo ou produto”, diz Gustavo.
A necessidade de ganhar escala para as grandes construções com qualidade e redução de custos, apesar da desaceleração da economia em 2012, é o que preocupa instituições como a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e a Associação Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído (Antac), que congrega professores e pesquisadores da área.
Ambas elaboraram estudo que propõe política de incentivo à ciência e a tecnologia para a inovação na construção civil entre governo, acadêmia e iniciativa privada. O documento vai ser entregue no dia 28 ao ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp. “Propomos 19 linhas de pesquisas, identificamos entraves que precisam ser superados para que deem certo, assim como a questão a qualificação da mão de obra, indicando políticas estratégicas”, diz Francisco Cardoso, presidente da Antac.
A CBIC também encomendou levantamento dos cursos de inovação para construção existentes no Brasil. Coordenado por Dayana Costa, professora do departamento de construção e estruturas da Universidade Federal da Bahia o estudo encontrou nada além de alguns cursos de extensão.
Boas práticas evitariam perdas de US$ 1,6 trilhão
Por Silvia Torikachvili | Para o Valor, de São Paulo
Se as construtoras do Brasil e do mundo inteiro utilizassem as tecnologias disponíveis no mercado, evitariam um desperdício de cerca de US$ 1,6 trilhão por ano. Além de poupar a natureza, saldariam cinco dívidas da Grécia, conforme cálculos de Marcelo Takaoka, presidente do Conselho Deliberativo do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS), com base em dados das Nações Unidas.
A construção civil aparece como solução para a criação de 1,2 bilhão de empregos que, segundo previsões do Massachusetts Institute of Technology (MIT), o mundo demandará nos próximos dez anos. Serão necessários cerca de 120 milhões de postos de trabalho por ano para evitar problemas sociais. Atualmente, a construção civil emprega 111 milhões de pessoas no mundo e tem potencial para crescer em progressão geométrica, caso siga os indicadores de sustentabilidade.
A maioria dos incorporadores reconhece a importância da sustentabilidade na construção civil, mas poucos ousam pôr essas práticas em ação. Na pesquisa para sua tese de doutorado, Hamilton França Leite, diretor de sustentabilidade do Secovi-SP, ouviu cerca de 800 pessoas sobre a principal dificuldade para construir de forma sustentável – entre elas 584 ligadas ao setor imobiliário das quais 237 incorporadores. 82% dos incorporadores responderam que o maior empecilho é o custo adicional da obra. Aqueles com mais experiência no ramo estimaram que esse custo representaria entre 1,5% e 8,3% a mais em relação à obra convencional. Os entrevistados que nunca construíram imaginam que esse adicional representa entre 3,4% e 16%. Embora não haja ainda nenhum empreendimento residencial que sirva como paradigma, França Leite estima que o custo representa 4% sobre a construção convencional.
Um empreendimento de R$ 30 milhões, por exemplo, chegaria a um custo final de R$ 31,2 milhões, pelos cálculos de França Leite. “Se o incorporador decide assumir o risco, quanto o comprador final vai se dispor a pagar a mais por um imóvel sustentável?”, foi a pergunta que ele incluiu em sua pesquisa. 16% dos entrevistados responderam sim. “Mas a grande dúvida é se na hora de mexer no bolso esse consumidor pagaria a mais para ter torneiras inteligentes, redução do consumo de energia, aproveitamento dos resíduos sólidos e mais qualidade de vida”, diz. Como o assunto é novo para todos os públicos envolvidos, essas questões ainda estão por ser processadas. “Quem aprender antes o caminhos dos processos limpos vai ganhar mercado lá na frente”, garante França Leite.
Quem vai despertar essa necessidade é o consumidor final, na opinião de Walter Caldana, diretor do curso de arquitetura da Universidade Presbiteriana Mackenzie. “Estamos num estágio em que temos o discurso, mas não temos a prática; há cinco anos não tínhamos nem o discurso”, compara. O nível de exigência ainda é pequeno em relação ao valor do imóvel, mas quando o consumidor exigir e os programas de governo começarem a cobrar, o setor terá que incorporar a nova ordem. “Quem investir em sustentabilidade vai vender mais rápido e terá mais lucro, além de criar um nicho de mercado e se destacar da concorrência.”
Enquanto o Brasil aparece em quarto lugar em certificações para edifícios corporativos, por exigência dos investidores, o cliente de habitação está em outro ritmo. “Brasileiro é imediatista: médio e longo prazo não faz parte da nossa cultura”, diz Georgia Grace, assessora técnica da CBIC (Câmara Brasileira de Indústria e Construção). A poupança ambiental no setor da construção está no programa Minha Casa Minha Vida que, segundo Georgia, já entregou um milhão de casas e tem outro lote de 1,8 milhão a entregar. A formalização do setor reduziu drasticamente o desperdício da autogestão. A redução de um centímetro de massa no revestimento das paredes de 2 milhões de casas representou 2 milhões de m3 de areia que deixaram de ser retirados na natureza, além de uma economia de 612 mil toneladas de cimento e outras 867 mil toneladas de cal hidratada a menos. Essa economia se completa com os 167 mil caminhões que deixaram de circular e de produzir gás carbônico. “Em 2 milhões de unidades o Minha Casa Minha Vida fez uma economia de R$ 840 milhões, que equivalem ao custo de 12 mil casas”, diz Georgia.
São raros os empresários ou projetistas que incorporam o conceito da sustentabilidade em suas iniciativas. Deveriam. Na opinião do professor Alex Abrico, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, a indústria da construção civil já deveria ter começado a diminuir os impactos. “Precisamos políticas públicas e incentivos para as construtoras que investem em edificações sustentáveis, para fornecedores que bancam as pesquisas e para consumidores que apostam em práticas sustentáveis”, diz Abrico. Abatimento no IPTU e aceleração na aprovação do empreendimento seriam algumas vantagens.
O incorporador Ubirajara Freitas compara a fase atual do setor aos anos 1990, quando os programas de qualidade e o Código de Defesa do Consumidor mudaram a forma de fazer negócios. “Empresas que resistiram a nova ordem quebraram ou fecharam.” Da mesma forma, Freitas acredita que as empresas que não tratarem de focar na sustentabilidade terão problemas de sobrevivência.
Casas populares devem superar padrão antigo
Por Marleine Cohen | Para o Valor, de São Paulo
Em pleno século XXI, o Brasil ainda é prisioneiro dos paradigmas da habitação popular dos anos 70. Está construindo as mesmas casas que o antigo BNH (Banco Nacional da Habitação) e, num futuro próximo, elas não serão mais aceitas pela população a que se destinam, pois não incorporaram novos conceitos, materiais e parâmetros, nem se adequaram às atuais exigências da sociedade.
A constatação, feita pelo professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo e membro da coordenação das Engenharias da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, Wanderley John, encontra eco na reforma preconizada pela Agência Brasileira da Inovação (Finep), vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, que em 2010 fez uma chamada pública para formar uma rede de pesquisadores de universidades públicas interessados em lançar um novo olhar sobre a forma de planejar habitação de interesse social (HIS) no Brasil.
Estudar novas políticas, tipos arquitetônicos e métodos construtivos, incorporando tecnologia social no âmbito do programa Minha Casa Minha Vida, era o principal objetivo da convocação, atendida por sete das principais universidades do país mais a Fiocruz, em torno da chamada Rede Finep. A um dos grupos selecionados – o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Ippur/UFRJ) – coube a tarefa de elaborar 13 projetos de arquitetura alternativos ao modelo tradicional de conceituar, projetar e construir HIS.
Resultado: a inovação incorporada na planta dos conjuntos habitacionais doravante construídos pelo governo federal já pode ir muito além de tijolos e cimento, e empregar como matéria-prima noções de sustentabilidade e integração de espaços, sem deixar de acolher conceitos arraigados nas comunidades, como a construção de “puxadinhos” e o traçado de vielas para locomoção.
Usando como cenário a favela da Rocinha – com seus desafios em forma de elevada taxa de ocupação do solo, desníveis das encostas, péssimas condições de acessibilidade e mobilidade; travessas, escadarias e becos onde vicejam doenças provocadas pela falta de ventilação e insolação -, a equipe chefiada pelo arquiteto Luiz Carlos Toledo projetou unidades que variam desde um pequeno estúdio (conjugado) com cerca de 22 m 2 a apartamentos de quatro dormitórios, com 85 m 2, “concebidos para atender à diversidade das famílias contemporâneas em termos de tamanho e composição familiar”. Ainda segundo Toledo, “os tipos foram projetados de modo a dar às unidades habitacionais a maior flexibilidade possível, admitindo diversos arranjos dos cômodos de uma mesma edificação e, no caso das HIS evolutivas, o aumento da área da unidade”.
De fato, segundo o arquiteto Alberto Barbour, sócio da Urdi Arquitetura, esta é a primeira diretriz da moderna construção civil: “À lógica dos “puxadinhos” desorganizados de antigamente se sobrepõe, hoje, uma estruturação modelada, que permite o crescimento da casa de dentro para fora, impulsionada por novas tecnologias que facilitam o processo de construção”.
Ao lado da opção por um processo de montagem baseado em sistemas estruturais pré-fabricados e componentes arquitetônicos industrializados – painéis de concreto pré-fabricados, estruturas metálicas (pilares, vigas e lajes), esquadrias e painéis de fechamento de fachadas em PVC ou chapa dobrada e paredes de gesso cartonado, entre diversos materiais modernos -, a equipe do arquiteto Toledo também procurou dotar os projetos modulares de espaços próprios para atividades comerciais e de prestação de serviços, que possam complementar a renda das famílias. Pensando nisso, foram criados pilotis nos prédios para agregar espaços de comércio e lazer às construções.
Este é um outro olhar inovador sobre as HIS lançado pelo Ippu/UFRJ, explica a arquiteta Verônica Natividade, integrante da equipe: “Procuramos responder ao desafio de um melhor aproveitamento da infraestrutura urbana, atribuindo às unidades um papel ampliado, que vá além do fornecimento do abrigo”, explica, lembrando que “se adotou como premissa que as HIS podem e devem ter um papel relevante na organização espacial de aglomerações que surgiram, cresceram e se consolidaram sem nenhum tipo de planejamento”.
Procura por recursos ainda é muito tímida
 Por Carlos Vasconcellos | Para o Valor, do Rio
Há poucos recursos para financiar a inovação na construção civil ou há pouco apetite das empresas do setor para buscar as linhas de financiamento disponíveis? Segundo o BNDES, não há operações com empresas da cadeia produtiva da construção nas linhas oferecidas pelo banco para inovação tecnológica.
A Financiadora de Estudos e Projetos, Finep, por sua vez, informa que a participação do setor nos empréstimos para projetos de inovação, com juros entre 3,5% e 5,5% ao ano, é muito tímida. Dos R$ 2,6 bilhões concedidos a projetos de inovação no ano passado, apenas R$ 90,5 milhões correspondem a contratos fechados no segmento de construção civil.
Por outro lado, a procura pelos créditos não reembolsáveis, oferecidos pela Finep por meio de editais específicos, geralmente é maior. Nem sempre os valores desses editais, no entanto, são 100% executados, porque muitas vezes os projetos não atendem às exigências da instituição.
Atualmente, há um edital da Finep aberto para projetos de construção sustentável e saneamento. Ao todo serão R$ 30 milhões a serem concedidos a projetos focados em arquitetura, design, urbanismo, engenharia voltada para habitação social, tratamento de esgoto e de resíduos sólidos urbanos. Os recursos devem ser igualmente divididos entre projetos de construção sustentável e saneamento, mas a proporção poderá mudar, dependendo da demanda.
O edital vai privilegiar inovações integradas aos projetos de engenharia e não ferramentas apresentadas isoladamente, como em ocasiões anteriores. Depois de 36 meses, as empresas contempladas deverão apresentar unidades-pilotos, plenamente funcionais com suas propostas de inovação. O prazo para apresentação dos projetos se encerra no dia 1º de julho.
Segundo Carlos Sartor, chefe do Departamento de Tecnologia para o Desenvolvimento Urbano e Territorial da Finep, responsável pelo edital, ainda falta muito para que a indústria de construção civil brasileira tenha o desenvolvimento de inovações “injetado na veia dos negócios”. “Existem recursos disponíveis, mas outros setores absorvem mais essas linhas do que a construção civil”, diz.
Sartor aponta, no entanto, que as empresas começam a acordar para a necessidade de mais investimentos em pesquisa e desenvolvimento. “As associações do setor vêm apresentando propostas de políticas públicas e há um movimento que não pode ser desprezado, mas ainda temos um longo caminho a percorrer”.
Para Raquel Blumenschein, coordenadora do Laboratório do Ambiente Construído, Inclusão e Sustentabilidade, da UnB, esse descompasso entre a oferta de financiamento e a demanda das empresas pelas linhas de crédito para inovação na construção civil deveria levar a uma reavaliação das políticas de estímulo para essa indústria. “É preciso entender por que os agentes do setor não conseguem ter acesso a esses créditos. Não creio que haja falta de interesse das empresas”, diz.
Estádios da Copa erguem estrutura esportiva de ponta
Por Paulo Vasconcellos | Para o Valor, do Rio
As novidades tecnológicas nos doze estádios brasileiros que serão palco da Copa do Mundo justificam o investimento de mais de R$ 7 bilhões feitos para dotar o país de uma estrutura esportiva de ponta. Na Arena Castelão, em Fortaleza, o primeiro a ficar pronto, mais de 100 quilômetros de cabos e fibras óticas conectam todas os serviços de dados, voz e imagem em uma única rede que cobre 1.500 mil pontos de acesso no campo, vestiários, arquibancada e áreas externas.
O projeto da Arena Pernambuco, na Grande Recife, incorpora detalhes de segurança dos novos modelos de estádios multiuso, com sala de monitoramento, centro de comando e controle e 271 câmeras – 34 delas, de alta definição, instaladas na cobertura, permitirão a aplicação de um zoom de alta qualidade para acompanhar a movimentação das pessoas.
No Estádio Nacional de Brasília, cinco reservatórios, com capacidade para dois milhões de litros, armazenarão a água da chuva que vai suprir 80% das necessidades do empreendimento – da irrigação do gramado ao abastecimento dos sanitários. A cobertura, revestida com uma película de dióxido de titânio, captura a poluição de mil carros por dia e em exposição ao sol libera moléculas de dióxido de oxigênio que fazem a sua autolimpeza.
A Arena Corinthians, em Itaquera, São Paulo, tem tecnologia alemã de sustentabilidade, que permite o reúso da água da chuva e um sistema de autogeração de energia via células fotovoltaicas aplicadas à fachada. A ventilação também será natural, propiciada pela concepção arquitetônica do estádio.
Há avanços de todos os tipos nos canteiros de grandes obras no país. Inovações tecnológicas, matérias-primas recicladas e recicláveis, equipamentos de última geração e modelagens revolucionárias de projetos impulsionam a pavimentação de rodovias, a ampliação de portos e aeroportos e até a construção de uma usina nuclear. O resultado, que nem sempre é perceptível na redução dos custos das obras, promete vida útil mais longa a estradas e instalações prediais ou segurança máxima a estruturas críticas.
“Na busca pela redução de recursos naturais, as empresas vêm incorporando cada vez mais produtos reciclados e inovações. É um processo que envolve toda a cadeia da construção civil”, diz Marcos Casado, diretor técnico e educacional do Green Building Council do Brasil, encarregado da certificação de sustentabilidade dos doze estádios para a Copa do Mundo.
O Parque Olímpico, que será construído numa área de 1,18 milhão de metros quadrados na zona oeste do Rio para abrigar 14 modalidades esportivas dos jogos de 2016 e um público estimado em 120 mil pessoas por dia, é outro projeto de porte que busca a certificação LEED com padrões universais de acessibilidade e o uso de inovações tecnológicas visando a sustentabilidade da construção à operação.
Concessionárias de rodovias estão implantando estradas mais sustentáveis com o uso do asfalto borracha, que reduz o acúmulo de água e, consequentemente, a aquaplanagem. A indústria de cimento busca reduzir a emissão de gás carbônico, de 600 quilos para 260 quilos de CO2 por tonelada do produto, incorporando resíduos à matéria-prima. Fábricas, supermercados e grandes instalações prediais adotam gradativamente a tecnologia de claraboias e domos prismáticos que distribuem a luz solar para todo o ambiente e dispensam parte da iluminação artificial durante o dia.
Na construção da Usina Nuclear Angra 3, em Angra dos Reis (RJ), uma obra que consumirá mais de R$ 10 bilhões da União e requisitos máximos de complexidade e segurança, um dos desafios foi sincronizar o tempo de reação química do concreto por causa do calor e da umidade da região.
A Schwing-Stetter, que presta serviço à construtora Andrade Gutierrez, forneceu duas máquinas que produzem 10 toneladas de gelo por hora para manter o concreto entre 7° e 20°C, temperaturas necessárias para assegurar que grandes volumes ou blocos de concretagem não tenham problemas de fissura na cura. “A qualidade do concreto nuclear tem que ter 100% de garantia, dentro do que estabelecem as normas técnicas, para evitar vazamentos de elementos radioativos para a natureza”, diz Luiz Polachini, gerente comercial de equipamentos da Schwing-Stetter.
Grandes obras públicas também começam a incorporar uma modelagem saudada como revolucionária na execução de projetos: o BIM (Building Information Modeling). Trata-se de uma plataforma de software que combina gráficos e geometria 2D e 3D com detalhes sobre custos, materiais e equipamentos e cronograma da obra. O resultado é uma base de dados quantitativa e qualitativa do projeto. Toda a informação em BIM é interconectada. Se um engenheiro projeta uma viga a mais, imediatamente a contabilidade é informada do gasto adicional. A plataforma começou a ganhar espaço nos escritórios de engenharia e arquitetura da Europa e Estados Unidos no fim do século passado. Depois que o governo americano determinou um pente fino em todas as obras de arte nas rodovias federais do país por causa da queda de uma ponte sobre o rio Mississipi que provocou treze mortos, em 2007, um relatório da Sociedade Americana de Engenheiros Civis propôs que todos os projetos de estradas que viessem a ser construídas fossem elaborados na plataforma BIM.
No Brasil, a novidade engatinha. Muito por causa do preço: uma estação de trabalho, incluindo licenças, hardware compatível e pessoal treinado custa entre R$ 10 mil e R$ 20 mil. Por exigência da Petrobras, o projeto do prédio que será construído em Santos para abrigar a Unidade de Negócios da Bacia de Santos, encarregada das operações do pré-sal, terá que ser feito pelo sistema BIM. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) estuda exigir nos editais de licitação para a construção das estradas federais que os projetos sejam entregues em plataforma bidimensional e, futuramente, tridimensional.

 

Reforma na obra
Por Gleise de Castro | Para o Valor, de São Paulo
Novas técnicas, novos processos e novos equipamentos estão transformando os canteiros de obras de todos os portes que se espalham pelo país. O tradicional assentamento tijolo por tijolo está com os dias contados. Escassez e encarecimento da mão de obra e necessidade de produção em maior escala levaram as construtoras a industrializar as construções, em um movimento que vem se acentuando nos últimos dois anos.
A tendência é que a construção, especialmente a imobiliária, torne-se um processo de montagem, como no setor automotivo. Estruturas e paredes pré-fabricadas, fachadas pré-moldadas, “steel framing” (estruturas de perfis leves de aço), painéis de vedação e banheiros prontos de fábrica diminuem o tempo de obra, a necessidade de funcionários, os custos do empreendimento e os detritos produzidos, aumentando a produtividade e competitividade.
Aos poucos, a construção civil brasileira passa a aplicar soluções já utilizadas há muito tempo na Europa e Estados Unidos, ao mesmo tempo em que desenvolve propostas próprias para questões locais. As chamadas obras secas, com grande utilização de material pré-fabricado, vêm sendo cada vez mais adotadas. “A construção está evoluindo das colunas e lajes moldadas in loco com fechamento em alvenaria, para vigas pré-fabricadas de concreto, fechamentos internos com “drywall” (paredes feitas com chapas de gesso aparafusadas em estruturas de perfis de aço) ou prédios em aço”, diz Mario Humberto Marques, vice-presidente da Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema). Segundo ele, 60% a 70% das construções ainda seguem métodos tradicionais, mas a expectativa é de que esse percentual se inverta até 2020.
Os equipamentos também já não mais os mesmos. As obras usam cada vez miniescavadeiras, minicarregadeiras e “skid steers” (espécie de minicarregadeiras mais versáteis). São máquinas adaptadas do setor industrial, que proporcionam maior rapidez e segurança no trabalho. Também foram introduzidas plataformas elevatórias, que comportam duas a quatro pessoas e atingem grandes alturas, manipuladores telescópicos, para levar para cima os produtos industrializados, e elevadores de cremalheiras, para movimentar cargas e pessoas. As “drywalls”, por exemplo, chegam ao canteiro em pallets e são transportadas dessa forma para os andares em construção.
“Com o custo alto da mão de obra e necessidade de gastos com qualificação, as empresas perceberam que o preço da máquina começou a ser interessante”, diz Luís Fernando Mello, assessor econômico da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). A adoção do ritmo industrial também foi influenciada pelo aumento da escala de produção. Quem faz casas para baixa renda, por exemplo, de repente se viu diante de um programa como o Minha Casa Minha Vida, para construção de 1 milhão de moradias em quatro anos, volume ampliado para mais 2 milhões, a partir de 2011. “Para se estabelecer em um novo patamar de produção a construção precisou mudar de patamar tecnológico”, diz o economista.
“A construção civil é muito inovadora e criativa”, diz Lilian Laraia, diretora da Pieracciani Desenvolvimento de Empresas, consultoria especializada em gestão da inovação. Segundo ela, muitas obras de infraestrutura usam tecnologias inéditas, como a técnica de barreira de bolhas, empregada pela Andrade Gutierrez na ampliação do porto de Imbituba (SC), entre 2009 e 2011, para reduzir a vibração e barulho provocados pela cravação de estacas, que atrapalhavam a reprodução e amamentação de baleias-francas na área.
A gestão do canteiro de obras também mudou. Exemplo disso é a metodologia desenvolvida pela consultoria Akkari & Costa Gerenciamento em Engenharia, inspirada no sistema Toyota de produção, que prevê otimização dos processos e utilização de materiais. Criado em 2010, no auge do boom imobiliário, o método reduziu consideravelmente o atraso na entrega dos empreendimentos – dos quatro meses aos seis meses, que predominavam no mercado, para 23 dias nas construções assessoradas pela empresa. “Criamos uma diretriz com forte planejamento e compromisso com custos e prazos. O “just in time” é um recurso para prover recursos para a obra no tempo certo”, diz Abla Akkari, doutora em engenharia pela Universidade de São Paulo (USP) e sócia da consultoria.
As inovações na construção ligam-se ainda à sustentabilidade, principalmente em prédios corporativos. “O cliente corporativo quer que o espaço ocupado converse com os princípios da sua empresa”, diz Geórgia Grace Bernardes, assessora técnica da CBIC. As inovações sustentáveis vão de vidros mais eficientes em desempenho térmico, que bloqueiam a radiação solar, mas não a luz, mudanças no uso de água em torneiras e pias, utilização de água da chuva e aquecimento solar a sensores de presença para iluminação e ar condicionado.
De acordo com Paulo Simão, presidente da CBIC, o emprego de inovações desse tipo ganhará mais impulso com a nova norma para construção, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que entra em vigor em julho. “Como teremos de construir dentro de novos parâmetros, para atender o usuário com mais qualidade, em edificações mais eficientes no consumo de água e energia, por exemplo, teremos de buscar elementos novos”, explica. A NBR 15.575 torna obrigatórias medidas mínimas de qualidade e durabilidade em toda a obra, dos sistemas estruturais até piso, cobertura e estrutura hidrossanitária.
A maior utilização do aço na construção atende também ao apelo da sustentabilidade. O material, que pode ser aplicado nas fundações, pilares, vigas, estruturas para cobertura e componentes para fechamento e vedação de edificações, é 100% reciclável. Nas “construções secas”, estão sendo cada vez mais utilizadas as “steel framings”. “A participação do aço na construção civil vem aumentando nos últimos anos. O setor é o maior consumidor de aço, com participação acima de 35%”, diz Fernando Matos, presidente do Centro Brasileiro da Construção em Aço (CBCA).
O mesmo acontece com estruturas pré-fabricadas de concreto, cuja demanda cresce ao ritmo de 15% ao ano, desde 2007, segundo Íria Doniak, presidente executiva da Associação Brasileira da Construção Industrializada de Concreto (ABCIC). “Todos buscam os principais benefícios da industrialização, que são menor tempo de construção e maior qualidade final da obra.”
Materiais ganham atributos
Peças, materiais e ferramentas para a construção civil ganham novos atributos e funcionalidades de forma acelerada. Na área de materiais, a Duratex lançou neste ano uma coleção de piso laminado com sistema de encaixe click, mais fácil e rápido de ser instalado, segundo Antonio Sergio Zampieri, gerente executivo de vendas da divisão madeira da companhia. A colocação em um apartamento de dois dormitórios, de 60 m2, leva um dia e o instalador é enviado pelo canal distribuidor da empresa. “Um produto com essas características ajuda a resolver o problema de apagão de mão de obra das construtoras”, diz Zampieri.
Entre os fabricantes de produtos siderúrgicos para construção, a V & M do Brasil vem registrando aumento na demanda por tubos de aço sem costura, em função das obras para Copa, segundo Rodrigo Cyrino Monteiro, gerente de aplicações de estruturas tubulares da empresa, que fornecerá, no total, 10,5 mil toneladas do produto para estruturas de cobertura de nove estádios. De acordo com ele, os tubos garantem integridade e eficiência aos modelos estruturais de construções com grandes vãos livres, de 30 metros a mais de cem metros, e permitem agilidade na instalação de equipamentos de som e iluminação”, diz Monteiro.
Já a divisão de ferramentas elétricas da Bosch no Brasil lançou no fim de 2012 o primeiro laser de superfícies do mundo, que permite visualização instantânea das irregularidades no solo, para checar com mais eficácia e menos trabalho o nivelamento do piso. O aparelho projeta duas linhas laser na superfície que identificam depressões ou elevações. A precisão do nivelamento é de 0,3 milímetros por metro. A ferramenta serve para qualquer tipo de obra e vem sendo adquirida especialmente por indústrias, que precisam nivelar os pisos para instalar corretamente máquinas de alta precisão. (GC)

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